- A análise ANOVA nos mostra apenas se há ou não diferença significativa entre os tratamentos
- aceita ou não H0
- se em 2 deles, há diferença estatística
- onde? quais tratamentos são melhores?
- A ANOVA não informa quais médias diferem entre si, ou qual(is) tratamento(s) é(são) melhor(es).
- Os testes para comparações múltiplas também denominados testes de média são utilizados para verificar diferenças entre tratamentos qualitativos e servem como complemento à análise de variância.
- Os testes de médias seguem basicamente o mesmo procedimento, que consiste em:
- estabelecer as hipóteses;
- escolher o nível de significância do teste a ser realizado;
- calcular a diferença mínima significativa (DMS)
- estabelecer os contrastes a serem testados e estimá-los
- comparar a diferença mínima de significativa com os constrastes
Teste de Tukey
- O teste de médias proposto por Tukey (1953) é para comparar todo e qualquer contraste entre duas médias de tratamentos.
- É um teste muito mais usado na experimentação agrária por ser bastante rigoroso e de fácil aplicação.
- Se F calculado estiver próximo a significância é aconselhável a aplicação do teste de Tukey
Hipóteses
- Sendo C o constraste entre duas médias de tratamentos, ou seja, a diferença entre duas médias, a hipótese para o teste podem ser escritas como:
- H0 : C = 0 (contraste estatisticamente nulo)
- H1 : C ≠ 0
Calcular o contraste:
- Fazer a diferença entre duas médias
Δ = q . √ (QMR/ j)
- q é o valor tabelado
- QMR é o quadrado do resíduo
- j é o número de repetições
Q tabelado
- número de tratamento
- Grau de liberdade do resíduo (calculado na ANOVA)
Exemplo:
Um experimento foi instalado no delineamento em blocos casualizados, com o objetivo de avaliar o efeito de cinco adubações sobre a produção de café, em quatro repetições. Os valores obtidos, em kg/ha, são:
Blocos | Não adubado | Sulfato de amônio | Salitre do Chile | Uréia | Uréia + fosfato de Araxá | Soma |
---|---|---|---|---|---|---|
1 | 324 | 422 | 394 | 408 | 408 | 1956 |
2 | 359 | 499 | 345 | 506 | 450 | 2159 |
3 | 408 | 506 | 415 | 485 | 464 | 2278 |
4 | 387 | 478 | 401 | 471 | 478 | 2215 |
SOMA | 1478 | 1905 | 1555 | 1870 | 1800 | 8608 |
FV | GL | SQ | QM | F |
---|---|---|---|---|
Tratamentos | 4 | 11662 | 3.887,3333 | |
Blocos | 3 | 37225,30 | 9.306,3250 | |
Resíduo | 12 | 7521,50 | 626,7917 | 14,85** |
Total | 19 |
Fcal > Ftab, rejeita-se H0, ou seja existe efeito significativo entre os tratamentos, considerando 1% de propabilidade pelo teste F (ou, existe pelo menos um constraste entre as médias dos tratamentos que difere estatisticamente de zero.
Passo 1: DMS em kg/ha:
Δ (5%) = q . √ (QMResíduo/ j)
- sendo q (5;12) porque 5 tratamentos e GL dos resíduos
- q (5; 12) = 4,51
Δ (5%) = q . √ (QMR/ j)
Δ (5%) = 4,51. √ (626,79/ 4)
Δ (5%) = 56,46 kg/ha
Passo 2: colocar as médias das colunas em ordem crescente
a) dividir a somatória das colunas por 4 repetições
- x̅1 = 369,50
- x̅2 = 476,25
- x̅3 = 388,75
- x̅4 = 467,50
- x̅5 = 450
b) colocar em ordem crescente
- x̅2 = 476,25
- x̅4 = 467,50
- x̅5 = 450
- x̅3 = 388,75
- x̅1 = 369,50
Passo 3: estabelecer os contrastes de dois em dois
- C1 ➙ x̅2 – x̅4 = 476,25 – 467,50 = 8,75 kg/ha ➙ a
- C2 ➙ x̅2 – x̅5 = 476,25 – 450 = 26,25 kg/ha ➙ a
- C3 ➙ x̅2 – x̅3 = 476,25 – 388,75 = 87,5 kg/ha (significativo, maior que DMS 56,64)* ➙ b
- C4 ➙ x̅2 – x̅1 = 476,25 – 369,50 = 106,75 kg/ha* ➙ b
- C5 ➙ x̅4 – x̅5 = 467,50 – 450 = 17,5 kg/ha
- C6 ➙ x̅4 – x̅3 = 467,50 – 388,75 = 78,75 kg/ha*
- C7 ➙ x̅4 – x̅1 = 467,50 – 369,50= 98 kg/ha*
- C8 ➙ x̅5 – x̅3 = 450- 388,75 = 61,25 kg/ha*
- C9 ➙ x̅5 – x̅1 = 450- 369,50 = 80,50 kg/ha *
- C10 ➙ x̅3 – x̅1 = 388,75- 369,50 = 19,25 kg/ha
Passo 4: tornar a informação mais acessível para qualquer um ler
Tabela de médias
Tratamento | Média (Kg/ha) | Constrastes |
---|---|---|
Sulfato de amônio | 476,25 | a |
Ureia | 467,50 | a |
Ureia + fosfato de Araxá | 450,00 | a |
Salitre | 388,75 | b |
Não adubado | 369,50 | b |